4. Conclusão

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Junho 17, 2012 por jornalistasvsfontes

O jornalista é sempre o dono da mensagem a partir do momento em que as fontes voluntaria ou involuntariamente passam a informação para o jornalista este passar a ter o poder de a difundir da maneira que considera melhor para a sua audiência. As fontes por vezes gostam de que o jornalista seja o dono da mensagem desde que os consigam manipular e fazer com que estes noticiem o que interessa às primeiras. O problema é que as fontes e os jornalistas não têm os mesmos interesses. Têm uma relação conturbada ambos necessitam um do outro mas ao mesmo tempo não concordam um com o outro. As fontes querem que a Comunicação Social faça uma espécie de publicidade disfarçada, que noticie algo do estilo “Pingo Doce vai tornar a colocar tudo com 50% de desconto nos próximos dias”. Isto não é notícia e sim propaganda, publicidade. Às fontes interessa que os jornalistas digam que o presidente x esteve no evento y a ajudar famílias em dificuldade. Mas aos jornalistas interessa que as fontes lhe digam porque é que em vez de estar no evento não esteve a resolver uma crise da qual muito dinheiro do povo será usado.

No processo “Casa Pia” está explícito o poder que a Comunicação Social tem na opinião pública. O caso que começou discreto a partir do momento que aparece no artigo do jornal “Expresso” ganhou uma grande notoriedade. O facto de os envolvidos terem estatuto em Portugal não foi razão suficiente para “calar” os média. Aqui os jornalistas foram os donos da mensagem porque denunciaram o caso e investigaram até à exaustão de forma a trazer toda a verdade sobre o abuso de menores. O caso “Sócrates/Independente” foi outro caso no qual se viu que o poder não consegue impedir os jornalistas. José Sócrates chegou mesmo a ameaçar os jornalistas que andavam sempre a falar sobre a sua licenciatura. O certo é que isto não proibiu os jornalistas em especial do “Expresso” e do ”Público” de continuarem a fazer o seu trabalho de investigação.

Por sua vez o caso “Ricardo Rodrigues/Sábado” mostra que por vezes as fontes conseguem com que os jornalistas percam o domínio da mensagem. Em vez de tentar manipular os jornalistas ou até mesmo de simplesmente não responder às questões que o incomodavam o deputado teve uma atitude mais radical e roubou-lhes os gravadores. Aqui os jornalistas ficaram condicionados e não puderam passar a mensagem que queriam, ou seja, a fonte naquele momento foi o dono. Existem outros casos nos quais a comunicação social é manipulada pelas fontes, algumas vezes sem se dar conta, demonstra que as fontes temem o poder dos jornalistas e tentam de alguma maneira atenuar a situação. Como o domínio da mensagem se encontra do lado da Comunicação Social resta às fontes tentar condicioná-la ao máximo.

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